Foto: Felipe Santos/cearasc.com

Ainda em meados de maio, por meio de um sorteio realizado na sede da CONMEBOL, descobrimos quem enfrentaríamos nas oitavas de final de uma CONMEBOL Sudamericana até então perfeita por parte do Ceará Sporting Club. 

Ao ter como adversário o boliviano The Strongest, em meio ao respeito pelo clube do país vizinho, o primeiro temor para o confronto não se dava em relação ao artilheiro da equipe ou alguma outra peça de destaque do clube aurinegro. Jogar em La Paz causa uma sensação de preocupação para antes do confronto e exige um planejamento único para que os danos da temida altitude possam ser minimizados. 

Historicamente, os bolivianos têm como maior aliada à altura de sua capital em relação ao nível do mar para que possam buscar resultados futebolísticos contra equipes de outras nações. Não à toa, eram nove anos sem que um brasileiro vencesse o The Strongest na principal cidade da Bolívia. Isso mesmo. ERAM. 

Na altitude de 3.625 metros de La Paz, o Ceará se agigantou ainda mais e deu sequência à campanha de 100% aproveitamento na CONMEBOL Sudamericana, abrindo vantagem na busca por uma vaga nas quartas de final da competição internacional. 

A partida se mostrava complicada antes mesmo que Esteban Ostojich apitasse para que a bola rolasse. Além da altitude e dos desfalques alvinegros para a partida, aos quatro minutos os donos da casa venciam e, tal qual o ar rarefeito, buscavam sufocar o Alvinegro contra seu campo. 

Para o azar do The Strongest, o preto e o branco, quando acompanhados pelo escudo que levamos no peito, têm sido imbatíveis nessa CONMEBOL Sudamericana e na altitude, uma atuação gigantesca abriu o caminho para as quartas de final. 

O jovem Vinícius, fez valer o destino de defender o gol do Mais Querido nas ausências de João Ricardo e Richard. Enormes mais uma vez, Luiz Otávio e Messias ergueram um verdadeiro muro frente ao gol defendido pelo camisa 24. 

Mais à frente, Richardson contrariou a racionalidade de se jogar em um nível tão superior ao do mar, correndo o campo inteiro durante os noventa minutos, enquanto Erick e Zé Roberto castigaram os donos da casa nos minutos finais da partida e garantiram na bagagem de volta à capital cearense uma vitória histórica. 

Ainda falta metade do confronto e agora estará a cargo dos bolivianos lidar com uma atmosfera sufocante. É bem verdade que na capital do Ceará estamos ao nível do mar, mas quando lota a Arena Vozão, a Nação Alvinegra faz com que aqueles que nos visitam desejem o fim da partida desde o início e que a pressão dos que vestem preto e branco os deixem sem ar na mesma proporção que a diferença de altura da capital boliviana faz com que vai até lá.

 Matheus Pereira/Departamento de Comunicação - CSC