(Foto: Christian Alekson/CearaSC.com)

Com 16 anos, Wendel Barros, meia do time Sub-17 do Alvinegro, foi Campeão Cearense em outubro. Na semana passada, jogando pelo Bombeiros Futsal, onde joga de ala direita, o atleta também conquistou o título do campeonato estadual da categoria. No início de 2016, pela bela atuação em quadra, Wendel chegou a ser pré-convocado para defender a Seleção Brasileira Sub-17.

Morando na Capital, o garoto tem uma rotina cheia, tendo que alternar os treinos de campo, na Cidade Vozão, em Itaitinga, e de futebol de salão no centro da cidade. Ele ainda precisa encontrar tempo para defender a seleção do seu colégio, onde tem bolsa de estudos para jogar. Conversamos com o Wendel sobre sua trajetória no futsal e campo, as vantagens de atuar em duas modalidades, inspirações e perspectivas dentro do futebol. Confere aí!

Cearasc.com: Você começou no campo ou na quadra? Alguém te incentivou a isso?
Wendel Barros: Com quatro anos, eu já estava jogando bola. Meu pai me levava. Tenho dois irmãos mais velhos que já jogaram em times da Espanha e Cazaquistão. Comecei no futsal no time da AABB, mas já passei pelo Sumov, Ceará, América e agora estou no Bombeiros Futsal. Eu cresci rachando naquelas quadras ao lado do Ginásio Paulo Sarasate. Até os 12 anos, eu só joguei em quadra, mas consegui vaga no Sub-13 do Estação e depois fui jogar pelo Ceará.

Cearasc.com: Por jogar em duas modalidades, isso acaba te dando um diferencial. Há algo que você aprende nos treinos de campo que você aproveite no futsal e vice-versa?
W.B: Claro. A resistência que eu adquiri no campo, levo para o futebol. A velocidade e o drible curto do jogo em quadra é o que tento utilizar nos jogos de campo. Alinhar resistência e velocidade é um diferencial. Na quadra, preciso pensar rápido demais para decidir um lance e isso me ajuda quando jogo pelo Ceará. Sou meia e preciso pensar rápido para servir ainda melhor os jogadores da frente. Quando você já sabe qual jogada vai fazer, isso vai levar vantagem para os atacantes; meu time ganha tempo e mais chances de gol.

Cearasc.com: Para você, qual as principais diferenças entre uma partida de futebol de campo e quadra?
W.B: O campo é bem mais pegado, mas jogar em quadra é muito mais desgastante. Tem gente que pensa que é o contrário. No futsal, você não tem tempo para respirar, a movimentação não pode parar. Quando eu driblo alguém na quadra, por conta do espaço ser menor, meu time já fica em superioridade numérica. Isso já não acontece no campo, pois a recuperação é rápida.

Cearasc.com: Como você consegue conciliar essa rotina entre dois times de futsal e os treinos no Sub-17 do Ceará?
W.B: Na verdade, minha prioridade é o Ceará. Fiz um acordo com os meus técnicos de futsal e não tenho que participar de todos os treinos. O futsal para mim é mais uma diversão. No Bombeiros, treino na semana dos jogos apenas, mas só para entrosamento mesmo. Eles entendem bem, pois preciso estar em concentração, treinos diários e jogos pelo Ceará.

Cearasc.com: Você tem algum jogador que serve de inspiração para você?
W.B: Sim. No campo, me espelho no Messi. Ele é simplesmente completo, joga pelo time, arma jogadas. Ele tem uma genialidade que é única. É o melhor do mundo. No futsal, me inspiro no Falcão e no Bateria, que joga de ala no Barcelona e na Seleção Brasileira. Eles driblam muito bem e armam espaços para chutar. No futsal, o jogador que balança bem tem mais chances de finalizar melhor.

Cearasc.com: Como você avalia a estrutura que você encontrou na Cidade Vozão?
W.B: Já fiz testes em vários clubes daqui e do Nordeste. Já estive no CT do Palmeiras também. A Cidade Vozão não deixa a desejar em nada. Quando cheguei lá, pude aprimorar a parte física com suplementação correta, treinos específicos. Isso me ajudou bastante. Os técnicos que eu tive me ajudaram muito. O Daniel Rocha abriu as portas para mim no clube. Com o Erisson, eu melhorei a parte tática, posicionamento e percepção de jogadas, o que é muito importante para um meia.

Cearasc.com: Qual o seu sonho no futebol?
W.B: Meu sonho é um dia poder jogar profissionalmente pelo Ceará, que é meu time de coração. Tenho que continuar treinando muito, sei que não vai ser fácil. Quem sabe um dia eu possa também defender a nossa seleção. Seria maravilhoso poder realizar isso.